O setor aquaviário brasileiro registrou, no primeiro semestre de 2025, o maior volume de cargas movimentadas desde o início da série histórica em 2010. Segundo dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), foram transportadas 653,7 milhões de toneladas, um crescimento de 1,02% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado reflete a expansão do comércio exterior e investimentos no setor.
A movimentação de junho também foi recorde para o mês, atingindo 120,4 milhões de toneladas. O desempenho positivo foi impulsionado, principalmente, pelas cargas conteinerizadas e pelos granéis sólidos, ambos registrando seus maiores volumes históricos.
As cargas conteinerizadas totalizaram 78,1 milhões de toneladas, aumento de 6,17% sobre o ano anterior. Desse total, 53,7 milhões foram movimentadas em longo curso, 23,7 milhões por cabotagem e 0,7 milhão por navegação interior e apoio portuário, somando 7,3 milhões de TEUs. Esse tipo de carga vem apresentando crescimento constante nos últimos cinco anos.
Os granéis sólidos, que representam 59,2% do total movimentado, chegaram a 387,1 milhões de toneladas, alta de 0,7%. Já as cargas gerais cresceram 5,21%, totalizando 31,7 milhões de toneladas, enquanto os granéis líquidos registraram queda de 1,4%, com 156,8 milhões de toneladas.
Nos portos públicos, a movimentação somou 231,5 milhões de toneladas, leve retração de 0,53% frente ao primeiro semestre de 2024. Entre os destaques, o Porto do Rio de Janeiro cresceu 24,9%, chegando a 8,4 milhões de toneladas. O Porto de Itajaí, que retomou operações em maio de 2025 após quase dois anos de paralisação, movimentou 1,7 milhão de toneladas, crescimento expressivo de 1.494,58%. O Porto de Santos manteve a liderança, com 67,9 milhões de toneladas, o equivalente a 10,4% da movimentação nacional, embora com queda de 1,09%.
Nos Terminais de Uso Privado (TUPs), foram movimentadas 422,3 milhões de toneladas, alta de 1,88%. O Terminal Marítimo Ponta Ubu, no Espírito Santo, registrou o maior crescimento percentual, com 50,66% e 7 milhões de toneladas. Já o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão, foi o líder em volume, com 75,2 milhões de toneladas.
Entre as mercadorias, os maiores crescimentos percentuais foram registrados em Fertilizantes (13,65% e 20,9 milhões de toneladas), Enxofre (10,76% e 1,2 milhão de toneladas) e Pasta de Celulose (9,12% e 12,5 milhões de toneladas). Os produtos mais movimentados no semestre foram Minério de Ferro (190,5 milhões de toneladas, +2,5%), Óleo Bruto de Petróleo (104,1 milhões de toneladas, +0,62%) e Soja (93 milhões de toneladas, +5,2%).
A navegação interior movimentou 44,3 milhões de toneladas, alta de 2,37%. O transporte de longo curso cresceu 2,01%, alcançando 463,6 milhões de toneladas, enquanto a cabotagem registrou queda de 1,95%, somando 144,8 milhões de toneladas.
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, destacou que o desempenho é resultado da política de investimentos do Governo Federal e citou o plano de modernização do Porto de Itajaí, que prevê R$ 844 milhões até 2030 para dragagem, readequação do molhe de Navegantes e construção de um píer para navios de cruzeiro. O governo também trabalha na criação da Autoridade Portuária do Porto de Itajaí, que dará autonomia administrativa ao complexo.
O Painel Estatístico da ANTAQ, disponível no site da Agência, permite acompanhar em tempo real dados sobre transporte de longo curso, cabotagem, vias interiores e movimentação portuária de contêineres, acessível também por smartphones e tablets.
