A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros terá impacto mínimo na economia da Zona Franca de Manaus (ZFM), segundo análises técnicas da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz).
De acordo com o secretário Serafim Corrêa, a medida anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump não representa risco significativo para o Polo Industrial de Manaus (PIM), uma vez que as exportações para o mercado americano não constituem parcela relevante do faturamento do setor.
Atualmente, apenas 1,5% do faturamento da ZFM provém de exportações, e menos de 10% desse volume tem os Estados Unidos como destino. Isso significa que apenas 0,15% do faturamento da Zona Franca estaria sujeito à nova taxação.
Em 2025, os EUA representam apenas 8,74% das exportações da ZFM, ficando atrás de países como Alemanha, China, Argentina e Colômbia. A produção do Polo Industrial é majoritariamente voltada ao mercado interno brasileiro, e a balança comercial entre Amazonas e Estados Unidos favorece amplamente os americanos, que exportam quase vinte vezes mais para o estado do que importam.
Apesar do impacto direto ser considerado insignificante, o Governo do Amazonas continuará monitorando os desdobramentos da medida e poderá adotar ações de mitigação, caso necessário. A Sefaz também alertou que a taxação pode provocar desvalorização do real frente ao dólar, o que elevaria o custo dos insumos importados e impactaria a competitividade das indústrias locais.