Domingo, 17 de Agosto 2025

Por Que Manaus Está Pronta Para Sediar a COP30 em 2025

Diante dos desafios logísticos de Belém, saiba por que Manaus surge como alternativa realista e preparada para receber a COP30 em 2025.

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Larissa Carolinne

Larissa Carolinne

Foto: Ivo Brasil
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É possível falar sobre a Amazônia sem falar de Manaus? A resposta, honestamente, é não.

A escolha de Belém como sede da COP30, a conferência climática mais importante do mundo foi anunciada com entusiasmo em 2023, como uma forma simbólica de levar o debate ambiental ao coração da Amazônia. Mas, à medida que o evento se aproxima, surgem sinais claros de que a capital paraense não está preparada para receber uma conferência dessa magnitude.

Falta de estrutura em Belém: uma realidade preocupante

Rede hoteleira insuficiente: A COP30 deve atrair mais de 50 mil pessoas, entre chefes de Estado, delegações internacionais, jornalistas e ativistas. Belém conta com cerca de 12 mil leitos formais, número muito abaixo da demanda esperada. Para efeito de comparação, Glasgow (Reino Unido), sede da COP26, disponibilizou aproximadamente 15 mil leitos formais, além de navios-cruzeiro e hospedagens temporárias, e ainda assim enfrentou desafios logísticos severos.

Superfaturamento e improvisos: Com a escassez de hospedagens, muitos moradores já estão alugando casas e apartamentos por valores exorbitantes, em alguns casos, mais de R$ 20 mil por semana. O governo estadual chegou a considerar alugar cruzeiros para abrigar visitantes, uma alternativa que, embora criativa, reforça a precariedade da rede hoteleira existente.

Infraestrutura urbana fragilizada: Belém enfrenta gargalos históricos em mobilidade urbana, saneamento básico e sistema viário. A cidade é conhecida por alagamentos constantes, inclusive em áreas centrais. A logística para deslocar milhares de pessoas entre aeroporto, hotéis e centros de convenção é um desafio real, ainda sem solução prática anunciada.

Pressão diplomática: Segundo reportagens recentes, representantes de delegações estrangeiras já manifestaram preocupação com a estrutura da cidade e chegaram a sugerir a mudança de sede. O governo federal, por sua vez, insiste na realização em Belém por razões políticas e simbólicas.

Por que Manaus é uma alternativa viável e necessária?

Manaus também está localizada na Amazônia Legal, mas se diferencia por já ter infraestrutura consolidada para grandes eventos internacionais. A cidade:

  • Sediou a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, com toda a logística internacional exigida por eventos desse porte;
  • Conta com aeroporto internacional de grande porte com capacidade para mais de 6 milhões de passageiros por ano, que opera voos diários para o exterior e tem capacidade superior à de Belém;
  • Possui rede hoteleira diversificada, com grandes cadeias já instaladas e histórico de atendimento a demandas de alto fluxo;
  • Dispõe de espaços como o Centro de Convenções Vasco Vasques, a Arena da Amazônia e o Pavilhão de Exposições do Studio 5, prontos para receber feiras, conferências e reuniões diplomáticas;
  • Tem um histórico mais recente e funcional de urbanização e mobilidade, sem os mesmos índices de alagamento e gargalos viários que Belém.

Mais que infraestrutura, Manaus vive e representa a Amazônia todos os dias. É centro de debates sobre desenvolvimento sustentável, bioeconomia, preservação da floresta e luta pelos direitos dos povos originários. O simbolismo da Amazônia está presente aqui e com a estrutura necessária para fazer bonito diante do mundo.

A COP30 precisa ir além do discurso. Precisa funcionar. E, diante das evidências, é hora de perguntar com responsabilidade: por que não Manaus?

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