Em meio à floresta amazônica, o Museu da Amazônia (Musa) se destaca como um espaço de ciência, cultura e preservação ambiental. Inaugurado oficialmente em 2009, o museu oferece uma experiência imersiva no bioma amazônico, com trilhas, viveiros, laboratórios e uma torre de observação de 42 metros de altura.
A concepção do museu surgiu em 2007, durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém. Ennio Candotti, então presidente da entidade, propôs ao governador do Amazonas, Eduardo Braga, e à reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Marilene Correa, a criação de um museu vivo em plena floresta, onde os próprios insetos, plantas e fungos fossem os protagonistas da exposição.
A proposta foi bem recebida e Candotti foi convidado a liderar o projeto. O objetivo principal do Musa é promover a museologia, a educação ambiental, o turismo ecológico e a pesquisa científica nas áreas de biologia, antropologia e arqueologia, com foco nos biomas amazônicos e nas culturas locais.
Inicialmente sediado no bairro do Aleixo, em Manaus, o Musa se estabeleceu em 2011 em uma área de 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, cedida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O espaço foi transformado em um jardim botânico, retomando um antigo projeto do Inpa e da prefeitura de Manaus.
No mesmo ano, o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) cedeu mais 30 hectares para o desenvolvimento do Centro de Treinamento Agroflorestal (CTA), voltado à pesquisa de técnicas agroecológicas para reflorestamento e cultivo de plantas medicinais e alimentícias não convencionais (PANCs).
Em 2013, o museu ganhou um novo espaço no centro histórico de Manaus: o “Musa do Largo”, ao lado do Teatro Amazonas. O local sediou exposições etnográficas e encontros científicos até ser desativado em 2021, por dificuldades financeiras agravadas pela pandemia.
Com recursos do Fundo Amazônia, o museu consolidou sua estrutura física entre 2013 e 2014, com a construção de trilhas, laboratórios e da imponente torre de observação. Em 2018, sua sede foi oficialmente transferida para a reserva florestal ao norte da cidade, onde já funcionava desde 2011.
Hoje, o Musa é um dos principais centros de divulgação científica da região. Entre suas atrações estão o jardim sensorial, aquários, o lago das vitórias-régias, viveiros de plantas tropicais e espaços dedicados a serpentes, aranhas, escorpiões e borboletas. As sete trilhas disponíveis revelam a rica biodiversidade da floresta e convidam à contemplação e ao aprendizado.
A torre de observação, com 42 metros de altura, proporciona uma vista panorâmica do dossel da floresta. Subir ao topo ao amanhecer é uma das experiências mais marcantes oferecidas pelo museu.
O Musa cumpre, assim, sua missão de integrar ciência, natureza e sociedade, aproximando o público da complexidade e da beleza da Amazônia por meio de educação, pesquisa e vivência direta no coração da floresta.